terça-feira, 24 de novembro de 2009

Não é aikidô,mas é muito bom.

Como somos capazes...Muito interessante

Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Mudança leve

Caros colegas,
 O nosso blog mudou de nome por motivos de força maior, mas as postagens continuam as mesmas e as pesquisas também.
 Aqueles que puderem acrescentar contribuições para a blog, enviem o texto para aikidoitn.go@gmail.com
 Um abraço e obrigado

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Instante mágico

Texto de Paulo Coelho, com adaptaçoes do Mestre Santos, face a singularidade do Aikido e o contexto urbano carioca.
É preciso correr riscos.
Só entendemos direito o milagre da vida quando deixamos que o inesperado possa se manifestar, imprudencia à parte, pois o Mal nao dorme!
Todos os dias, Deus nos dá – junto com o sol – um momento em que é possível mudar tudo aquilo que nos deixa infelizes.
Todos os dias fingimos nao perceber este momento, fingimos que ele não existe, pensamos que hoje é igual a ontem e será igual a amanhã.
Mas, quem presta atenção, descobre o instante mágico.
Ele pode estar escondido na hora em que enfiamos a chave na porta pela manhã, no silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais.
Este momento existe – um momento em que toda a força das estrelas passa por nós, e nos permite fazer milagres.
A felicidade às vezes é uma bênção – mas geralmente é uma conquista. O instante mágico nos ajuda a mudar, nos empurra em busca de nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões – mas tudo isso é passageiro, inevitável, e terminaremos nos orgulhando das marcas que foram deixadas pelos obstáculos. No futuro, podemos olhar para trás com orgulho e fé.
Pobre de quem teve medo de correr os riscos, mas isto nao significa ser imprudente, descuidado.
Colombo velejou para o desconhecido com tudo que ele podia equipar nas caravelas para sua missao.
Cabral saiu com naus e caravelas equipadas com mais 1.000 homens na sua empreitada para o Caminho das Indias.
A riqueza da vida está no sentir o momento magico e agir!! Viver é movimento, é tomar decisoes a todo momento!!
Temos que escutar a criança que fomos um dia, e que ainda existe dentro de nós. Esta criança entende de instantes mágicos. Podemos sufocar seu pranto, mas não podemos calar sua voz.
Se não nascermos de novo, se não tornarmos a olhar a vida com a inocência e o entusiasmo da infância, não existe mais sentido em viver.
Prestemos atenção ao que nos diz a criança que temos guardada no peito. Não nos envergonhemos por causa dela. Não vamos deixar que ela tenha medo, porque está só e quase nunca é ouvida.
Vamos permitir que ela tome um pouco as rédeas de nossa existência. Esta criança sabe que um dia é diferente do outro.
Vamos fazer com que se sinta de novo amada. Vamos agradá-la – mesmo que signifique agir de maneira a que não estamos acostumados, mesmo que pareça tolice aos olhos dos outros.
Se  perdermos o contato com esta criança,  perderemos o contato com a vida.
Vivamos todos os instantes mágicos de 2009!

retirado do site www.aizen.org

Treino Livre (Jiu Waza)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Pensando em Ueshiba


Durante todo o meu treinamento em Aikidô, fui confrontado com uma falta em meus estudos.Como não entendemos muito sobre o lado exotérico e teórico do Ki, nos atemos muito a forma física e aos cuidados técnicos de execução para que a força muscular execute o movimento.
Contudo, sempre tive contato com a divulgação dos pensamentos do fundador (Morihei Ueshiba)e sua ampla explanação sobre esta via, quase exotérica, do treinamento.Que fala do poder interno ou Ki.
Durante anos vejo pesquisadores lançarem livros de Aikidô que abordam o assunto, e estes livros parecem ser compilações de idéias e vivências de outras pessoas.
Recentemente eu tive o prazer de participar do seminário com o mestre William Gleason, autor de diversos livros e dvds que abordam este assunto,e tive o privilégio de ser um de seus Ukês (atacantes).Não tive a menor dúvida, "vou segurar este cara e quero ver isto funcionar".
E realmente funciona, mesmo com uma grande diferença de peso e força ele me arremeçou com uma enorme facilidade e com mínimo movimento, e olha que estou com 120 Kg.
Normalmente quando falam de Energia interna (ki) e Aikidô, a conversa tende a ser a mesma.Falam de um Aikidô puramente receptivo, preocupado em harmonizar com o ataque e que para funcionar é necessária grande cooperação.
A impressão que dá é de um Aikidô falso e fraco, onde o praticante fica a mercê da atuação do atacante.
Gleason sensei disse algo muito verdadeiro (e que Santos Sensei sempre enfatiza nos seus treinos tão austeros), Aikidô é arte marcial e não tem nada haver com fraqueza ou moleza.Deve ser praticado preocupando-se consigo mesmo e deve ter energia pra imobilizar e arremessar o Ukê,mesmo sem cooperação.
Acredito que muitos dos pensamentos e descobertas do Fundador foram perdidos ao longo das gerações e que hoje estamos cada vez mais distantes do que ele realmente queria.
O Aikidô deve ser de dentro para fora, e principalmente no praticante. A harmonização deve ser do Ki do praticante com o ki do universo, a preocupação com o Ukê não deve ser tão enfatizada.
Durante estes anos de treinamento puramente físico, já sentí (como ukê de grande mestres principalmente)fagulhas desta energia.Em um golpe ou outro dá pra perceber este aikidô com a grande presença do ki e sempre que isto acontece fazemos aquela cara de espanto, como uma criança que acha o ovo de páscoa escondido.
Não tenho muito o que dizer agora,mas posso somente testemunhar o que sentí.E sentí um Aikidô verdadeiro, uma energia indefensável e sincera.
Agora é colocar a mochila nas costas e correr atrás do conhecimento.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A violência e o Budô

Muitas vezes presenciei um instrutor, ou um praticante, de artes marciais executando as técnicas de com extrema violência e sem o consentimento do seu Ukê (colega de treino que é dominado). Minha impressão inicial é de que o executor da técnica está se aproveitando da posição para maltratar o parceiro.
Durante os treinos de Aikidô, normalmente, as técnicas a serem treinadas e repetidas são passadas de forma que o defensor saiba qual será o ataque do parceiro (com a exceção de um treino livre “Jiu Waza” onde o parceiro pode atacar do jeito que quiser). Assim, não é justo abusar do colega que se dispõe a atacar (sabendo que será subjugado) utilizando de força excessiva, se for para ser justo o correto é permitir que ele ataque como quiser.
Quando disse “sem o consentimento do Ukê” eu quero deixar claro que cada um no Dojô (local de treino) treina no seu ritmo. Podemos treinar de uma forma bem leve ou realizar as técnicas de forma extremamente vigorosa, depende de nossas condições (físicas e mentais) no momento e de estarmos com um colega que queira praticar da mesma forma.
O que eu considero inaceitável, e uma grande covardia, é o fato de se aproveitar da confiança do Ukê para “parecer superior”, pois ninguém entra num Dojô para ser “saco de pancadas” dos outros. E ninguém deveria entrar em um Dojô para praticar artes marciais pensando em derrotar, ou bater, em outras pessoas.
Os treinos e a própria existência do Dojô deveriam ser, única e exclusivamente, para o treinamento de enfrentarmos o nosso maior inimigo, ou seja, nós mesmos (ou nosso ego). O treino correto é o treino que visa vencer nossas limitações, fraquezas, medos e sentimentos negativos.
Sei que parece tudo muito abstrato e inatingível, principalmente vindo de mim que sempre gostei de treinar com grande vigor e energia, mas acredito sinceramente, e sempre passo para os meus alunos, a importância de praticarmos para o auto-aperfeiçoamento. E sempre devemos ser imensamente gratos aos nossos colegas de treino por permitirem o nosso desenvolvimento.
Já pratiquei um pouco de outras artes marciais com chutes e socos (como no Karatê Tradicional) e sei que para um leigo tudo parece muito brutal e ignorante. Contudo, a idéia principal é a de se desenvolver constantemente, se tomamos um soco foi porque não defendemos corretamente.
Como Mestre Santos costuma dizer a um praticante que é surpreendido por um golpe mais firme “... Sem Rancor”.Não há ódio por ser atingido e não há vontade de revidar cegamente (pois isto certamente nos levaria para a derrota total).O que há é um profundo sentimento de aprendizado constante, como tudo na vida nós aprendemos (apanhando ou batendo) a viver da melhor forma.
A violência vem do desconhecimento e do medo. Medo de apanhar mais, medo de nossos sentimentos, medo de não funcionar, medo do que os outros vão pensar... Mas a verdadeira arte marcial é como qualquer outra arte genuína que expressa com profundidade e clareza à verdade de seu executor.
Por fim, praticamos a arte para nós mesmos. E por meio dela nos expressamos nos alegramos e nos curamos.
Acredito que este seja um dos caminhos mais importantes a ser percorrido no estudo do Budô.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Um exelente texto sobre o Aikidô e a espada.



Adaptado e traduzido por: Gustavo N. Santos
Revisado por: J.F.Santos

Fonte: http://www.aikiweb.com/weapons/gleason1.html
Bill Gleason Sensei é o instrutor chefe da Shobu Aikido of Boston e atualmente mantém o 6º Dan.

Quando o Fundador faleceu em 1969, o treinamento de espada na Hombu Dojo (Academia Central) no Japão deixou de ser parte do currículo. Naquele tempo o treino com espada estava disponível somente para seletos alunos mais graduados e era realizado em “portas fechadas”. Enquanto o treinamento de desarmar os oponentes continuava sendo parte dos processos de exame, o estudo do uso e manuseio da espada era, para todos os efeitos práticos, completamente suspensos.
Desde aquele tempo a controvérsia sobre praticar, ou não, espada era realmente parte, integral ou mesmo valiosa, do treino de Aikidô continuava a se intensificar. Há uma pequena dúvida, porém, pois Morihei Ueshiba (O-sensei), o fundador do Aikidô, considerou-a como uma parte essencial de seu ensino, bem como a sua própria formação. Ele constantemente usou armas, especialmente a espada, para mostrar os princípios do Aikidô. Por que a esgrima é tão valiosa para a compreensão da essência do Aikidô? Se estudarmos esta questão por uma perspectiva histórica a resposta se tornará bastante clara.
O-Sensei, por sua própria declaração, foi o fundador do Aikidô, mas não foi o criador do principio do Aiki. Este princípio foi reconhecido nas antigas tradições da espada Japonesa bem como na filosofia japonesa do Xinto. O-sensei era um devotado estudante do Xintoísmo e passou pelo menos vários anos estudando a espada japonesa. Entre os estilos de espada que o fundador estudou havia o antigo estilo Kashima que data do século XV. O fundamento desta escola é o conceito de Shinbu, “o caminho marcial divino” em que se vence sem lutar. Para realizar isto tinha que desenvolver-se, física e espiritualmente, ao nível dos Deuses.
SHIN neste caso significa “Divino” e BU refere-se a força criativa da vida, o poder do Musubi, ou tornar-se um com seu parceiro.Isto foi descrito como Hoyo Doka, uma aceitação muito abrangentes, mesmo dos sentimentos negativos dos outros e da reintegração de que esta atitude magnânima volta para aqueles que nos atacam. Falando de forma prática essa aceitação, e re-absorção, é a habilidade de receber a energia de seu parceiro e unificar-se de tal forma que este poder é reduzido à zero. No Aikidô está é uma boa explanação sobre o que chamamos de o poder do Kokyu. Dominar os aspectos espirituais e psicológicos desta habilidade era chamado de Aiki. A palavra Aiki também era usada para denotar o mais elevado nível de maestria no estilo Yagyu de espada onde O-sensei também era notável.
A realização, realmente incrível, do fundador foi aplicar estes princípios para o treinamento de mãos vazias para uma nova e única maneira. Por que isto não foi realizado naqueles tempos antigos?
Todos os estilos de espada continham sua própria interpretação de grappling ou formas de Jujutsu. Isto era necessário no campo de batalha no caso do guerreiro perder sua arma no calor da batalha. Ser capaz de tirar a espada de outro homem quando você estava desarmado era considerada a maior façanha no estilo Yagyu.
Foi necessária a grande visão espiritual de O-Sensei para perceber o treinamento desarmado não como grappling, mas como a luta de espada sem a espada. Mesmo o grande Jigoro Kano Sensei, o fundador do Judô, declarou que o Aikidô era a arte que ele havia buscado por toda a sua vida. O-Sensei, através de suas práticas espirituais, percebeu que poderíamos usar nossas mãos, ou mesmo só as nossas mentes, para cortar o ataque ou a defesa de nossos parceiros.
Combinando sua visão espiritual com o treino efetivo de espada ele percebeu que era possível estender a influência do Ki, ou intenção, além dos nossos dedos da mesma forma que nosso movimento e alcance são estendidos quando seguramos a espada.
A extensão do Ki é a essência do Mutô ou “espada sem a espada” e não há melhor exemplificação do que na prática do Aikidô.
No estudo da espada nós aprendemos como controlar o Kensen, a linha em que o Kirisaki,a ponta da espada,traça em cada corte.Eventualmente somos capazes de traçar esta linha apenas com nossos olhos da mente.Esta habilidade é um dos segredos da prática do Aikidô.Isto nos permite ver a forma invisível presente em cada técnica e enviar energia precisamente para o local correto no corpo de nosso parceiro.Esta habilidade leva vários anos para ser adquirida;sem o treino da espada, o estudante fica menos propenso a descobrir isto.
Cortar com a espada japonesa é um movimento expansivo onde a ponta da espada deve estar com unida ao nosso centro. O corte diagonal básico, chamado de Kesa Giri, pode ser equiparado ao Ikkyo no treinamento desarmado do Aikidô.
Se uma pessoal realmente domina este corte, ele, ou ela, realizaram Shin Shin Toitsu ou unificação de corpo e mente. No Kesa Giri está o segredo do movimento espiral natural. A espada desce pelo seu próprio peso e o peso do corpo vem para guiar esta queda livre. O giro do quadril e a sutil conexão entre nosso centro e a ponta da espada criam uma força sem esforço e velocidade. Exatamente como no Aikidô, esta forma básica de corte com a espada depende de uma continua expansão dos nossos sentimentos; de fato está é a vida do próprio movimento.
Além disso, o trabalho dos pés e todos os movimentos da esgrima correspondem exatamente com os do Aikidô. Todo movimento no Aikidô, corretamente compreendido, é um movimento de corte. Afinal de contas, a espada foi criada para se ajustar ao movimento natural do corpo e não o contrário.
Aqui está uma das principais diferenças entre o Aikidô e qualquer uma das várias escolas de Jujutsu. O Nikkyo, Sankyo, e Yonkyo do Aikidô, por exemplo, são realizados como movimentos de corte amplo, e não como chaves de pulso de contração.
Aikidô é uma arte extremamente sutil e difícil. Requer uma vida de dedicação para alcançar sua essência. Por esta dificuldade o Aikidô é quase sempre mal interpretado e praticado, quer como uma forma de Jujutsu ou meramente como exercícios aeróbicos.
Praticar em qualquer uma destas formas falta conteúdo tanto marcial quanto espiritual. As técnicas do Aikidô são projetadas para serem ineficazes até que a pessoa tenha compreendido a essência do movimento espiral expansivo e a utilização apropriada do Ki, ou poder interno. Portanto, eles não podem ser efetivamente usados da mesma forma que técnicas de Jujutsu, que dependem amplamente de movimentos contrativos para o propósito de quebrar as juntas do parceiro.
Combinando o estudo da espada com as técnicas desarmadas somos capazes de descobrir o antagonismo complementar sobre flexibilidade e o poder descontraído (relaxado) unidos com nitidez e precisão. Nas palavras do fundador, ”no treino desarmado você deve mover como se tivesse uma espada; quando segurando uma espada você não deve depender dela, mas mover-se como se não tivesse nenhuma.” Estudar este Kamae, ou posição, nos mantém centrado na realidade da situação marcial e, ao mesmo tempo, nos permite permanecer flexíveis e relaxados.
Unificar estes opostos é descobrir o principio do Aikidô: Yin e Yang como sendo um, movimento e descanso como sendo um, Irimi-Tenkan como sendo um, a unificação de todos os opostos em uma forma de Monismo dinâmico.
Este artigo é, naturalmente, uma visão geral e as várias similaridades entre treinamentos armados e desarmados podem apenas vir a ser apreciados através do treinamento apropriado com um instrutor qualificado. Não bastarão simplesmente repetir os Kata de espada como formas fixas sem descobrir sua estratégia e conteúdo. Cada estudante, sobre a supervisão de um instrutor qualificado, deverá adquirir a forma de ambos os treinamentos, armados e desarmados, como parte de um todo, e através de contínuas pesquisas, e analises, esforçar-se para refinar seu, ou sua, forma individual de praticar em níveis cada vez mais altos de expertis

Mestre J.F.Santos





Santos Sensei pratica Iai há mais de 20 anos. O seu principal orientador e amigo é Karizumi Sensei, 7º Dan. Santos Sensei é um incansável budoka, sempre portando os seus alunos à luz da razão e ao estudo além das quatro paredes do dōjō, motivando-os à pesquisa, reflexão e liberdade de escolhas. Santos Sensei é um raro exemplo de instrutor 360 graus.

Os seus ensinamentos são mais do que instruções sobre Aikidō ou Iaidō, são princípios de vida. Disciplina, respeito (sem idolatria cega), etiqueta japonesa, serviço de coração aberto aos seus alunos e colegas de lutas e amor em suas atividade são alguns exemplos que fluem dele com naturalidade. Iniciou o Aikidō em 1973, com o prof. Martins, sob a supervisão de Teruo Nakatani Sensei. É faixa preta 5º dan (Godan) pela Aikikai Hombu Dōjō (Academia Central da Aikikai), a organização da família do fundador do Aikidō, Morihei Ueshiba. Fez estágio no Kobayashi dōjō (Tóquio). Autor do livro "Zen-Budo, um caminho", que aborda Aikidō, Iaidō e Jodō, em parceria com Mário Coutinho Júnior. Formado em Métodos Quantitativos (UFRJ), Mestrado em Estatística (UnB), Mestrado em Administração (COPPEAD-UFRJ) e Bacharel em Direito (Uniceub).

Retirado do site http://www.shinriyu.com

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Shihan William Gleason em Brasilia 2009


Seminário Internacional com o Shihan William Gleason - 6o dan Aikikai.

Local : Aizen dojo - Av. W-3 Sul quadra 509 - Asa Sul - Brasilia - DF
Datas:
03/11 (ter) as 19:00
04/11 (qua) as 6:30 e as 19:00
05/11 (qui) as 6:30

Investimento:R$ 90 reais ( 03 dias de seminário)
R$ 35 reais cada aula.

Inscriçoes por e-mail para santos@pobox.com
Não serão recebidas inscrições ou pagamentos nos dias do seminário (Faça com antecedência!!)
Obs.: Poderão ocorrer aulas dedicadas e particulares, pois Shihan Gleason ficará hospedado no Aizen dojo.


Breve resumo do Shihan Mr. William Gleason Mr. Gleason nasceu em 1943.
Morou e viveu em Tokyo de 1969 até 1980 onde treinou Aikido na Hombu Dojo.
Seu principal mentor em Aikido e Kenjutsu foi Sensei Seigo Yamaguchi -aluno direto do Fundador.
Mr. Gleason recebeu o grau de shodan de Kishomaru ueshiba em 1972. Em
1998 foi promovido a 6a dan por Saotome sensei..
É autor do livro - As bases espirituais do Aikido, já traduzido para o portugues.
Este é primeiro livro, em inglês, que pesquisa a integraçao entre kototama, ensinamentos shintoistas e Aikido.
Assim, Mr Gleason procura integrar os aspectos espirituais e fisicos
do Aikido.
Tambem da autoria de Mr. Gleason, o livro "Aikido and Words of Power - The sacred sounds of the Kototama". Sem traduçao para o portugues.
Em 2008, Mr. Gleason publicou o DVD intitulado "Aikido e a Espada Japonesa", onde mostra a integraçao do Aikido com a espada.
Mr. Gleason publicou o vibrante artigo "My experience wiht Yamaguchi sensei". Leia o artigo anexo.
Mr Gleason dirige o Shobu dojo em Boston(USA), uma organizaçao nao lucrativa e associada ao Aikido Schools of Ueshiba(ASU) sob a direçao de Saotome sensei.

Referencias
www. shobu.org
http://en.wikipedia.org/wiki/william_gleason

terça-feira, 29 de setembro de 2009

CONHEÇENDO O LADO NEGRO DA FORÇA

Iaido Journal, Maio de 2006




Por que os Katás com espadas terminam em morte?
Copiado de Kim Taylor,2006.Todos os direitos reservados.
Tradução e adaptação: Gustavo N. Santos.


Não tem muito tempo eu estava ensinando iaido na aula de ginástica de uma escola do segundo grau. Após uma hora de aula, um estudante me perguntou o porquê de todos os katás terminam com um golpe de fatal.
Essa foi uma boa pergunta, uma das quais eu não pensava há muito tempo, mas uma pergunta que todo estudante de artes marciais deveria fazer. A resposta de cada um irá dizer sobre onde você está em seu treinamento, ou na sua vida.
Miyamoto Musashi deve ser um bom ponto de partida. No início de sua vida, o país estava em guerra e ele viu as artes marciais de uma forma muito prática. Ele usou suas habilidades para vencer muitos duelos, vários deles terminando com seus oponentes caindo mortos no chão. Por volta dos 30 anos ele parece ter parado de duelar, ou pelo menos parado de matar seus oponentes durante os duelos, e começado a pensar em quais as outras utilidades das artes marciais além de matar pessoas.A sua conclusão foi que as artes marciais eram capazes de tornar as pessoas iluminadas.Talvez ele estivesse certo.Talvez ele apenas se tornou adulto, afinal nós ficamos inevitavelmente céticos, menos idealistas e mais cientes de nossa mortalidade conforme envelhecemos.Talvez seja tudo o que acontece quando “ficamos iluminados” pelas artes marciais, ou meditação, yoga ou qualquer outra coisa que diga tornar as pessoas melhores.
Talvez, mas as artes marciais tradicionais são claramente para fazer pessoas melhores, ao contrário de assassinos melhores. Eu digo artes tradicionais por fazer a distinção entre o treino militarizado e as artes marciais. Entre aprender como matar para se tornar melhor na matança, ou aprender a matar para não matar. Enquanto escrevo isso me ocorre que a diferença não é absoluta. Ambos os esquemas deixam claro que o estudante apenas matará em razão da circunstância, ou quando a situação pedir (diferente de lutar ou matar como uma reação instintiva, o que pode ser inapropriado para as circunstâncias), mas um esquema de treino objetivaria fazer o ato de matar mais real, mas desejado, enquanto o outro objetivaria fazer o treino menos propenso a isso.
Se as artes marciais são para criar oposição a lutar e matar, então porque esse foco em matar no katá com espada? Eu tinha dito ao estudante que cada vez que ele fizesse chiburi (Tirar o sangue da espada depois do corte final) que ele deveria imaginar sangue, ossos e músculos saindo da espada e caindo no chão. Eu fiz isso pois acredito não ser saudável sacudir a espada sem entender a real intenção para isso.Aparentemente eles entenderam.Um estudante perguntou se havia algum katá de defesa pessoal no iaido.Isso me espantou, muitos dos estudantes treinam alguns anos e alguns treinam nos níveis mais avançados do koryu antes que um dia eles comecem a suspeitar que nem todo iaido é sobre defesa pessoal.Esses garotos entenderam isso na hora.A questão principal foi porque os katás com espada terminam com um golpe de fatal.
Minha resposta é em várias partes:

Primeiro eu usei a desculpa padrão e disse que nem todos katás terminam em morte. Por exemplo, no Jodo existem vários katás que terminam com o jô simplesmente apontado para o olho do oponente e com ele recuando.Agora isso pode ser uma finalização formal para a prática e na realidade seria um corpo morto no chão, mas alguns dos katás não necessariamente possuem golpes fatais no katá... a menos que você conte um pulso quebrado e um golpe no plexo solar como mortal.Claro que eles poderiam ser se o xifóide rompesse e perfurasse o fígado e claro o golpe poderia ser na cabeça e a ruptura na garganta, mas eles não são, enquanto em outro katá eles são. Nada de “esconder as verdades das técnicas dos olhos do público”, no que me diz respeito, eles são apenas katás que não terminam em morte.
Como eu disse isso foi uma desculpa da verdadeira questão, ou pior, implica que isso não deveria ter sido perguntado e não seria perguntando se a pessoa que fez a pergunta tivesse mais conhecimento. Se mesmo um katá terminasse em morte, a questão seria legítima. O katá com espada quase invariavelmente termina com a morte de alguém, e é difícil imaginar alguém usando a kataná como uma ferramenta de controle. Isso é parecido com utilizar atualmente uma pistola policial como se fosse um bastão yawara (bastão pequeno para imobilização).Você saca a espada, ou a arma (revolver,pistola) e você deu um longo passo em direção a um saco de carne no chão.A realidade da espada é que ela é feita para matar.
O que me remete a primeira explicação sobre por que os katás com espada terminam com um golpe fatal. Essa é a realidade da espada, elas são peças de metal longas e afiadas que não tem nenhum outro propósito a não ser cortar corpos. Elas podem ser utilizadas como abridores, chaves de fenda ou pás. Elas são desenhadas para cortar e matar. É um fato que as espadas parecem legais nos vídeo games e nos filmes, você vê muitas espadas sacudindo e isso é muito glorioso. Muitos estudantes vêm para as artes marciais procurando aprender como usar estas espadas legais, é por isso que eu digo para os garotos imaginarem sangue e ossos na espada enquanto eles as limpam. Claro que as espadas nos filmes parecem legais, mas nos filmes as pessoas saem andando com “carnes voando”, eles absorvem mais de 25 socos indefensáveis na cabeça e continuam em pé, eles recebem várias balas no corpo e continuam bem, eles sobrevivem a lutas com espadas. A realidade é que pessoas não sobrevivem a este tipo de estrago, a verdade é que espadas matam.
Existem “escolas de espada” por aí que se parecem com fitas de treinamento, mas o que eu ensino não. Isso é chato, sem brilho e bem parecido com ver um filme com as estrelas de Hollywood.
Katas com espada terminam em morte porque nos temos que lembrar o que as espadas fazem. Quando você esquece isso, você esquece da razão de sacudir a espada... E você pode esquecer que o gume é afiado e perder um polegar.
A segunda razão para os katas com espada terminarem em morte é exatamente a mesma razão que os policiais, ou qualquer outra pessoa, treinam o uso das armas de fogo para acertar o centro do alvo. A arma é desenhada para matar, não para soprar ou conter ou debilitar. Tentar acertar uma perna ou um braço com uma arma de fogo ou uma espada é como ter matado. Eles são difíceis de acertar. O aspecto da contenção destas armas vem antes que elas sejam sacadas. Elas nunca devem estar em mãos se você não te a intenção de matar seu oponente.
Algumas pessoas dizem que sacar a arma, ou a espada,é uma boa forma de intimidação e que com isso você não tem a necessidade de usa-las, apenas gire-as.Bom, mas eu me pergunto quantas destas pessoas que pensam desta forma estão dispostos a ter uma espada com o gume cego ou uma arma descarregada para girar.Sacar sem ter intenção de matar não é inteligente.Isso pode ser um final feliz se a outra pessoa correr, mas a pessoa que saca a arma é melhor ter a intenção de matar ou poderá terminar morto.
Esta é, creio eu, uma boa razão para que a sétima técnica da escola de Koryu Iaido que eu estudo seja cortar a cabeça fora de uma pessoa que esteja cometendo Seppuku( Ritual de suicídio). Não há nada de romântico neste Kata, sem fingir ser uma estrela de cinema, é um ato brutal e a sangue-frio de finalização da vida. Em algum lugar no passado obscuro eu li uma anotação de um dos últimos carrascos (executores) do Shogunato, que falou sobre este katá. Ele disse que há um engano e uma fantasia sobre deixar um pedaço de pele do pescoço para que a cabeça não saia rolasse. Após 5 ou 6 decapitações ele disse que o corpo do carrasco começa a lutar contra tirar as vidas.O cérebro pode querer, mas o corpo não consegue. Então era cortar logo e deixar as formalidades para lá.Apenas terminar o trabalho.Não acredita que o corpo pode ter uma vontade independente do cérebro? No museu nacional em Ottawa tem um filme mostrando os efeitos de um trauma de guerra que eu recomendo que veja com atenção, se você alguma vez tiver a chance.
E então nós finalmente chegamos no que acredito sobre porque é importante estudar como matar com a espada,porque os katas com espada terminam em morte e porque os estudantes devem imaginar sangue no chão e na espada.Isso é para nos mostrar o ponto de vista do carrasco.Ele não usa mais com romance ou com técnicas fantasiosas ou para parecer “legal”.Não há nada de “legal” em matar, não obstante o que temos visto nos filmes ou ouvido por gangues de rappers “nas ruas”.
Mas por que estudar artes marciais afinal? Se não estamos “nas ruas” ou prestes a sermos atacados em nossas pacificas vizinhanças, pra que precisamos aprender que matar não é romântico?
Isso é porque não temos tido guerras por um tempo.Isso é porque jaquetas camufladas e botas estão na moda, porquê os vídeo games, musicas e filmes fazem a violência parecer romântica.Isso porquê temos uma geração de velhos no comando que nunca estiveram em uma guerra.
E os velhos mandam os jovens para a guerra.Países vão para a guerra enquanto eles esquecem o que é uma guerra,quando a guerra se torna romântica.Quando a guerra é vista como uma forma de finalizar outra coisa além de matar um bando de gente,quando isso se torna uma forma de defender valores ou promover ideais, ou salvar alguém da opressão, então a guerra ocorrerá.
Pessoas irão morrer e a nova geração irá descobrir por ela mesma que ter uma espada brilhante por perto não era divertido, ou romântico ou “legal”. O velho gostaria que você pensasse que a guerra é limpa, patriótica, inútil. Que corpos não voltam pra casa em caixas ou sacos,que você terá um uniforme brilhante, uma espada brilhante e que os caras maus irão te reverenciar e se renderem ao seu esplendor. O velho quer que acredite, não que saiba,e sem a geração que sabe,eles podem fazer com que acredite.
Precisamos ser lembrados que a guerra é sobre poder, dominação e comercio. E não sobre ideais e romances.

Precisamos lembrar que a espada é para matar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Movimento de Aikidô livre


Em seiza (ajoelhados)da esquerda para a direita na foto (Vitor Soares,Luiz Yabagata,Vianey Vilella,J.F.Santos,Gustavo N. Santos,Frank e Tiago Vieira)e em pé os alunos Bruno, Henrique e Brandão.


Um maravilhoso movimento de integração entre os Aikidokas está acontecendo em Goiânia.
Nós já realizamos um segundo encontro que contou com a presença de alguns dos instrutores de Goiânia (Vianey Villela, Gustavo Santos,Luiz Yabagata, Vitor Soares,Tiago Vieira e alunos mais grados) e especialmente com a presença dos colegas de Brasilia (Mestre J.F.Santos e Frank).
Espero que este movimento continue crescendo e que possamos treinar muitas outras vezes juntos.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Fanatismo em Artes Marciais

Retirado do site www.aizen.org


Será que você entrou em um grupo fanático de arte marcial?
Antes de você começar a rir, pense sobre isto.
Enquanto a maioria dos leitores pelo mundo afora não estão provavelmente envolvidos em uma seita, eu tenho uma suspeita furtiva que realmente existam vários grupos de controle mental que abusam dos aspectos das artes marciais a fim de estender seu controle sobre outras pessoas.
A essa altura, você deve estar pensando: o velho Wayne tem andado fumando erva alucinógena para chegar nesse assunto. Mas pense nisto. Eu cheguei a essa idéia depois de várias notícias de televisão apontando a existência de grupos fanáticos nos Estados Unidos, alguns dos quais estão envolvidos com as artes marciais.
O comportamento de uma seita começa geralmente em passos lentos mas fixos levados de uma base de quase-normalidade mas que na verdade está conduzindo a insanidade.
Os grupos de artes marciais coesos e rígidos não são grupos de seitas fanáticas. Mas eles, geralmente, se transformam lentamente em seitas perigosas e loucas, pois com o tempo, constroem mentiras em cima de mentiras a fim de descrever que elas tem algo mais do que elas realmente são.
Por que elas fazem isso? Parece que existe uma variedade de razões. Alguns "mestres" ou “senseis”, precisam da adulação e adoração que um culto propicia.
Assim eles inventam algo e acreditam nas próprias mentiras. Além disso os seguidores podem ter uma necessidade básica de seguir alguém que tem todas as respostas para suas vidas, e sendo assim um membro do culto nunca terá que justificar suas vidas passadas de perdedores. Desde que você possa executar um chute de maegeri no dojo, e gritar, “Hai, sensei". Isto é, “Sim, sensei !" Submissão cultural e psicológica.
Ignorância pode ser outro fator. Geralmente os seguidores são ignorantes sobre a história das artes marciais, e adota as idéias malucas do professor como evangelho.
Veja o Exemplo - “Olhe , nosso mestre Fujiram_na_Kombi, foi o único estrangeiro a aprender JoLay-U-ryu aikijujutsu de Takeda Sokaku nos anos cinqüenta. Sokaku deu a ele certificados mágicos os quais fizeram dele o soke do estilo, aí ele voltou para Nova Iguaçu, e ensinou para a bisneta do Sokaku.
“O que? Prova? Nós não precisamos de nenhuma prova. Você é um reles seguidor de baixo-nível e merece nosso desprezo”.
Já agrupei diversas características para identificar o comportamento de seguidores fanáticos nas artes marciais.
Novamente, lembre-se. O fanatismo começa em fases.
Sai mais, para identificar um comportamento obsessivo de culto à pessoa.
--Seu professor o trata como ignorância e espera pela sua adulação e adoração.
Então, ele o incentiva lhe dizendo que vocês são membros de um grupo com conhecimentos secretos que os farão mais poderosos que o Exterminador do futuro.
Este é um padrão que faz pessoas susceptíveis sentirem que elas são necessárias para o culto fazendo se sentirem bem internamente, e assim ela estará disposta a esquecer do abuso mental e físico os quais são impostos durante o treino.
Mas existe uma diferença, um limite entre retidão e exagero.
Uma vez cruzada essa linha, deixe a escola.
--Seu professor e grupo começa a exercer sua vontade sobre sua vida. Foi como eu fiquei sabendo de um grupo que molestou um estudante porque ele deixou de treinar. Eles começaram a espionar o ex-aluno e sua família, sempre tentando convencê-lo a voltar a treinar (e pagar grandes quantias de dinheiro pela instrução).
--O professor e os melhores estudantes fazem afirmações que não são fundamentadas por nenhuma fonte confiança, isenta de tendenciosidade em arte marcial. E quando eu digo fonte, eu não me refiro a ultima edição da revista estilo SipauKido-Pimenta-nos-olhos. Eu me refiro a textos-fonte como o Bugei Ryuha Daijiten, ou Honcho Bugei Shoden e assim por diante.
Enquanto há realmente, grupos (inclusive de todas as artes marciais não-Japonesas) não incluídos nesses textos - eles são um bom lugar para se começar uma pesquisa, especialmente para grupos que reivindicam, ascendência para linhagens centenárias antigas. Fique realmente desconfiado quando o Grão Mestre Sensei diz coisas como, “Oh, ninguém no Japão (ou China, Coréia, etc.) sabe muito de nós porque nós éramos uma sociedade secreta."
Escute, se o grupo fosse tão secreto e especial no Japão a ponto de ninguém ouvir falar dele, o que o faz pensar que os membros japoneses, que são freqüentemente conhecidos por seu comportamento xenofóbico, viriam a ensinaria isto a um grupo de estrangeiros de meia-tigela?
--Seus certificados e documentos estão marcados com um obscuro e místico caractere Japonês ou Chinês. Quando você mostra isto para alguém que sabe ler Japonês,
Eles começam a rir tanto que chegam a chorar.
Eu vi certificados assinados por uns "chamados-soke” Americanos que são verdadeiramente bizarros. Um certificado estava timbrado com um selo que tinha os caracteres: "selo de registro das três árvores assassinas". Outro certificado, supostamente de uma escola de jujutsu, era lido como, “Restaurante Escola da paz mundial".
-Assim que você faz perguntas sobre as origens e instruções do professor, você recebe frases do tipo” eu não tenho que lhe dizer sobre isso porque você não entenderia”.
Seguramente, existem individuos bisbilhoteiros, mas também existe um questionamento razoável que surgirá se você visita um dojo. Um correspondente me enviou uma cópia de uma carta que ele recebeu depois que ele indagou sobre as credenciais de um grande mestre. “Eu não tenho que lhe dizer sobre isso, e além disso, todo mundo sabe eu sou um mestre, assim, se você continuar fazendo perguntas, eu não falarei com você nunca mais", era a resposta básica do "sensei". Este super-hiper sensei também mencionou que ele tirou fotos com astros de filme de artes marciais e com lutadores de full-contact, os quais claramente validaram com assinaturas todas as suas reivindicações. Conversa pra boi dormir…
Sabe-se que estes atores de filme não são conhecidos por seus vastos conhecimentos ou por suas autoridades históricas. Você confiaria sua criança a um professor de creche que se recusa a te contar aonde ele recebeu sua certificação de professor, e então lhe mostra fotos dele ao lado do Tom Cruise?
Posar ao lado de uma estrela de filme num bar local não diz se eles são ou não certificados como professores, não é?
Então por que você aceitaria o raciocínio desse professor de artes marciais mencionado?
--Quando você apresenta duvidas e perguntas incomodas, as ações do professor exibem um tipo de paranóia e o padrão de encobrir a verdade e perde a paciência? Cuidado!
O seu professor tem um sempai ou vários sempais para "protegê-lo das pessoas chatas que fazem perguntas?"
Isso é paranóia, meu amigo.
As estórias do seu professor sobre as origens do estilo dele muda sempre que você vem apresentar novos fatos?
Parece muito com o tipo de comportamento mentiroso-compulsivo visto no famoso programa de comédia Americana SaturdayNightLive.
O ator Martin Short costumava interpretar um mentiroso que, quando pego com uma mentira óbvia, costumava suar muito, sorrir, e então inventar outra mentira para obscurecer e ofuscar a mentira original.
--Se você já sabe o bastante sobre técnicas de artes marciais, observe as aulas.
As formas da escola não se assemelham a nada menos que fundamentos de caratê de terceira?
--Conforme eu tenho observado, o comportamento do fanatismo começa com a melhor das intenções.
Até mesmo alguns grupos ortodoxos de Aikido ou Karate, enquanto eles não exibem seu comportamento de seita totalmente desenvolvido, são culpados -pelo menos- de relações abusivas entre professor e estudante que podem desenvolver em um comportamento de fanatismo.
Eu fui uma vez informado de um sensei de Aikido muito conhecido que machucava o seu aluno desnecessariamente de tal maneira que o aluno acabava o treino com contusões, deslocamentos, e equimoses.
Estes estudantes aceitavam o abuso físico e verbal como parte do seu “treino".
Quando este professor de Aikido começou a dormir no segundo andar do dojo com uma aluna (ele era casado na época, apesar disto) - e os outros estudantes inventavam desculpas para o comportamento deste sensei - foi aí que meu amigo decidiu abandonar este dojo.
No entanto, os piores abusos são dos vários grupos de ninjutsu e de koryu, principalmente porque não existem muitas informações em inglês para verificar muitas das reivindicações ditas. É suficiente dizer que os Estados Unidos podem ter mais ninjas mestres que em todo o Japão. Eu também estou muito desconfiado de muitas reivindicações de grupos de koryu, alguns deles apareceram combinando aikido pobre com alguma arte de espada ou de bastão.
Então, você está envolvido com uma seita?
As chances são que você provavelmente não está.
A maioria dos grupos de artes marciais, são organizações legítimas, apesar das diferenças no modo que eles administram seus negócios e relações interpessoais. Mas se você estiver, não brinque com isso.
Cedo ou tarde, você pode ser convocado a ser juntar ao Sensei que está esperando pela passagem do cometa.
Aí então, pode ser muito tarde para você prosseguir com a sua vida normal.
Adaptado do artigo de Wayne Muromoto
Fonte: Revista Furyu # 8
Tengu Press 1998

domingo, 19 de julho de 2009

A parábola da Faixa Preta

Imagine um lutador de artes marciais ajoelhado na frente do mestre numa cerimônia para receber a faixa preta obtida com muito suor.
Depois de anos de treinamento incansável, o aluno finalmente chegou ao auge do êxito na disciplina.
“Antes que lhe dê a faixa, você que passar por um outro teste”, diz o Mestre.
Estou pronto” responde o aluno, talvez esperando pelo último assalto da luta.
“Você tem que responder à pergunta essencial:
Qual é o verdadeiro significado da faixa preta?”.
“O fim da minha jornada”, responde o aluno.
“Uma recompensa merecida por meu bom trabalho”.
O Mestre espera mais. É obvio que ainda não esta satisfeito.
Por fim, o Mestre fala. “Você ainda não esta pronto para a faixa preta. Volte daqui a um ano”.
Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do Mestre.
“Qual é o verdadeiro significado da faixa preta?”. Pergunta o Mestre.
“Ela é o símbolo da excelência e o nível mais alto que se pode atingir em nossa arte”, responde o aluno.
O Mestre não diz nada durante vários minutos, esperando. É óbvio que ainda não está satisfeito. Por fim, ele fala. “Você ainda não esta pronto para a faixa preta. Volte daqui um ano”.
Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do Mestre. E mais uma vez o Mestre pergunta: “Qual é o verdadeiro significado da faixa preta”.
“A faixa preta representa o começo – o início de uma jornada sem fim de disciplina, trabalho e a busca por um padrão cada vez mais alto”, responde o aluno.
“Sim. Agora você esta pronto para receber a faixa preta e iniciar o seu trabalho”.
Extraído do livro Feitas para Durar – Práticas bem-sucedidas de empresas visionárias – James Collins – Ed. Rocco)
Artigo extraido do site www.aizen.org

Treino no Seminário do Miyamoto Shihan no RJ 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

terça-feira, 9 de junho de 2009

Cidade Maravilhosa



Olá para todos,

Já estou em Brasília, onde me encontro com o Mestre J.F.Santos do Instituto Teruo Nakatani,e me preparo para irmos ao Rio de Janeiro para este seminário do Tsuruzo Miyamoto Shihan.Logo regressarei para o meu Dojô em Goias com muitas novidades e coloco as fotos e os comentários para vocês.
Um forte abraço para todos e até a volta.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ueshiba e o Adversário (Paulo Coelho fala do Aikido em sua coluna)

Criado pelo japonês Morihei Ueshiba (1883-1969), o aikido é a única arte marcial que pratiquei, e na minha opinião é uma das mais interessantes. Ano passado publiquei nesta coluna alguns dos textos de Ueshiba, coletados por seus discípulos durantes suas conversas. Este ano, quero desenvolver livremente algumas de suas idéias a respeito dos confrontos pelos quais temos que passar:

A) Quem tem um objetivo na vida irá se defrontar com uma força oposta; para eliminar esta força, é preciso aprender como fazê-la trabalhar a seu favor.
B) Um verdadeiro guerreiro jamais sacrifica seus amigos para derrotar o adversário; portanto, ele tem que aprender a detectar e resolver os problemas antes que eles se manifestem.
C) A melhor maneira de enfrentar-se com o adversário é convencê-lo da inutilidade de seus gestos. O guerreiro mostra que seu objetivo não é destruir nada, mas construir sua própria vida. Quem caminha em direção ao seu sonho busca a harmonia e o entendimento antes de qualquer coisa, e não se importa de explicar mil vezes o que deseja, até ser escutado e entendido.
D) Não fique olhando o tempo todo os problemas que estão no seu caminho: eles terminarão por hipnotizá-lo, impedindo qualquer ação. Tampouco fique concentrado demais nas suas próprias qualidades, porque elas foram feitas para serem exibidas.
E) A força de um homem não está na coragem de atacar, mas na capacidade de resistir aos ataques. Desta maneira, prepare-se - através de meditação, exercícios, e uma profunda consciência de seus propósitos - para agüentar firme e continuar no caminho, mesmo que tudo e todos à sua volta procurem afastá-lo de sua meta.
F) Em situações extremas, principalmente quando você já está quase perto do seu objetivo, o Universo irá testar os seus propósitos, exigindo o máximo de sua energia.
G) Esteja preparado para grandes provas, à medida que o sonho se torna realidade.
H) Não olhe sua vida com ressentimento, e esteja preparado para aceitar tudo aquilo que os deuses lhe ofereceram; cada dia traz em si a alegria e a fúria, dor e prazer, escuridão e luz, crescimento e decadência. Tudo isso faz parte do ciclo da natureza - portanto não tente reclamar ou lutar contra a ordem cósmica. Aceite-a, e ela o aceitará.
I) Se o seu coração for suficientemente grande, ele será capaz de acolher todos aqueles que se opõem ao seu destino; e uma vez que você os tenha acolhido com amor, será capaz de anular a força negativa que seus adversários traziam.
J) Quando perceber que um adversário se aproxima, avance e lhe diga palavras delicadas. Se ele insistir na sua agressividade, não aceite a luta a não ser que ela vá lhe acrescentar algo; neste caso, utilize a força do oponente, e não gaste a sua energia.
L) Saiba o momento correto de usar cada uma das quatro qualidades que a natureza nos ensina. Dependendo das circunstâncias, seja duro como um diamante, flexível como uma pena, generoso como a água, ou vazio como o ar. Se a origem do seu problema é o fogo, não adianta contra-atacar com mais fogo, porque isso só irá aumentar o incêndio: neste caso, apenas a água será capaz de combater o mal.

Nunca o problema pode lhe ensinar como reagir a ele - só você tem poder para isso.
Fonte: http://oglobo.globo.com/oglobo/colunas/coelho.htm

segunda-feira, 4 de maio de 2009

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Bushido : A arte de morrer.

Bushido, a arte de morrer
Benedicto Ferri Barros*

"O Bushido consiste em morrer". Como todos os enunciados da essência das coisas, este originou extensas explicações, interpretações e controvérsias.

O próprio Hagakure, em onze volumes, foi e é objeto de infindáveis comentários. Fato incontestável é que o primeiro treinamento do samurai era no sentido de estar pronto, até mesmo para dar-se à própria morte por um dos processos mais penosos que se possa imaginar.

Nenhum samurai digno desse nome jamais falhou a esse primeiro e culminante mandamento do bushido. Desde o primeiro seppuku, vulgarmente denominado harakiri, praticado por Minamoto Tametomo em 1170, segundo nos informa José Yamashiro, na sua História dos Samurais, até o de Mishima Yukio em 1970, o suicídio por "desventramento", constitui um gesto limítrofe e distintivo do código de elite samuraico.

Há exemplos históricos de crianças (oito anos), adolescentes, mulheres e grupos numerosos de samurais praticando o seppuku quando o bushido o exigia. Praticar o seppuku, dar-se à própria morte, era privilégio do samurai. Ele tinha o direito de usá-lo para se desagravar de uma injustiça, para manter sua honra, ou simplesmente para sugerir o caminho correto ao seu superior.

Havia um minucioso ritual para tais ocasiões solenes, mas em situações de emergência o samurai utilizava a própria wakizashi, a espada curta de que também se servia para decapitar os que vencera ou justiçara com a katana (espada longa). O uso desse par de espadas (dai-sho) era, igualmente, privilégio restrito ao samurai.

Assim, duplamente equipado da espada, que Tokugawa Ieyasu, o fundador do terceiro shogunato, considerava "a alma do samurai", marchava o guerreiro pelo seu caminho - o bushido.

O samurai tinha direito de executar sumariamente qualquer membro das classes tidas como hierarquicamente inferiores. Mas o direito e arte de matar não eram a essência do bushido. O bushido consistia em estar preparado e em saber morrer. Nada poderia dar melhor medida de um samurai do que a disposição de encarar a morte "tão leve como uma pluma". O seppuku o redimia de qualquer desonra, nada o tornaria mais vil quanto o apego à vida.

Não é fácil ao ocidental compreender essa capacidade de sacrifício do samurai, mormente quando, sabidamente, e num grau pelo menos tão elevado quanto o de qualquer ocidental, o samurai prezava, a despeito de sua frugalidade espartana, os prazeres e valores da vida. Nem é fácil aos próprios orientais explicá-la.

Fosse o bushido mero regulamento ou guia de formação de um guerreiro, deveria talvez dizer que o samurai devia estar preparado para matar. Entretanto, embora as artes marciais fossem parte essencial da formação especializada do samurai em dar a morte, diz o bushido expressamente que o caminho do guerreiro, seu código ético, seu ideal é morrer.

Que significa esta formulação que exprime a essência mesma da ética samurai?

O samurai não vivia única e eternamente em batalhas e duelos. Sob tais condições é uma verdade segura e cristalina que o destemor da morte e a disposição ilimitada de perder a vida é a precondição para salvá-la. Em tais casos, a disposição de morrer se confunde com a coragem ilimitada, a bravura produzida pela eliminação total do medo. Entretanto, além de um guerreiro em situações de batalha, onde tais virtudes lhe davam um valor militar reconhecido por todos seus adversários, o samurai, como homem, exercia outras funções e em todas elas não perdia de vista o seu caminho, o Norte indicado pelo bushido: "O bushido é morrer. Se mantiveres teu espírito correto da manhã à noite, acostumado à idéia da morte e resoluto perante ela, e se te considerares com um corpo morto, unificando-te desta forma com o caminho do guerreiro, poderás passar pela vida sem possibilidades de falhares, desempenhando-te corretamente de tuas funções" -, diz o Hagakure precisamente, "viver consiste em morrer. Em se estar preparado para a morte. Para morrer como um homem. Um homem se reconhece de dar sua vida. Não apenas numa batalha, mas em tudo aquilo que faz. Não apenas na morte - que, para um guerreiro, sobretudo, pode ser o ponto mais alto ou mais baixo de sua vida - mas a cada instante e ato de sua vida."

Tal entendimento se filia a um dos preceitos enunciados no "Regulamento" de Katô Kiyomasa quando sentencia: "Em tudo o que um homem faça deve ter posto o seu coração". É indiscutível, comenta Furukawa Tesshi buscando o sentido essencial do bushido - que "todo ser humano contém em sua constituição um limite supremo que o solicita constantemente (...). Na proporção da intensidade e sinceridade com que um indivíduo corresponde às solicitações desse limite supremo, suas possibilidades são ampliadas e enriquecidas. Um homem pode ampliar e enriquecer as possibilidades de sua existência ao máximo, morrendo a cada manhã, a cada tarde, a cada instante, isto é, mantendo-se permanentemente de frente com o limite máximo de sua existência no mundo" - que é a morte.

Aqui chegamos, como freqüentemente sucede ao analisarmos as formulações aparentemente antípodas da sabedoria nipônica, ao encontro e solução dos contrários.

É algo bastante conhecido, e igualmente misterioso para o entendimento ocidental corrente, que um dos homens que mais amou a vida, seus encantos e seus valores, dos mais simples aos mais elevados, haja indicado a morte como o verdadeiro caminho da vida. Cristo disse: "Aquele que estiver ansioso por salvar sua vida a perderá e o que estiver disposto a perdê-la a salvará".

Por mais diversos, ou até opostos como podem ter sido e foram seus caminhos, o mártir cristão e o grande samurai concordavam com a relação ao preceito ético supremo de uma vida exemplar; não achará a vida quem não buscar a morte, ou mais brandamente enunciado: quem em qualquer causa e ato em que empenha não estiver disposto a dá-la. Em tudo o que um homem faça deve ter posto seu coração - ao limite - como disse Katô Kiyomasa. Eis como o bushido, transcendendo o mero e estreito objetivo de formar um militar, apontou o difícil caminho e a porta estreita que fizeram do samurai uma elite humana tão alta quanto as mais altas que o homem soube fazer de si.

(*) Benedicto Ferri Barros
É autor de: Japão - A harmonia dos contrários
São Paulo, 1988. T.A. Queiroz Editor Ltda.
= extraído do livro =


www.aizen.org

sexta-feira, 13 de março de 2009

Uma merecida homenagem para um incansável Mestre

















No dia 12 de Março de 2009 aconteceu na academia Cia Atletica, em Brasilia-DF, a entrega do certificado de 6° Dan para um dos Grandes Mestres de Aikidô do Brasil (o Mestre Martins)
Mestre Martins é o introdutor do Aikidô no Centro Oeste e nas palavras do Mestre J.F. Santos " ele é o Pai e o Avô de todos os praticantes de Aikidô da linha que teve origem em Brasilia"
Uma maravilhosa confraternização,muito bem organizada pelos seus amigos e alunos,que contou com a ilustre presença do grande Mestre Teruo Nakatani (introdutor do Aikidô no Brasil pelo Rio de Janeiro e professor direto do Mestre Martins).
Dentre os presentes no evento estavam os familiares do Mestre Martins, amigos, discípulos ilustres e diversos praticantes de Aikido de várias academias do Centro Oeste.
Uma noite memorável com a presenças marcantes de grandes aikidokas do cenário nacional e principalmente uma homenagem mais do que merecida a um incansável Shihan que se dedica de corpo,alma e espírito a difusão da real essência desta maravilhosa arte da paz (O Aikidô)

Desejamos aos grandes Mestres Teruo Nakatani e Matins muitas outras homenagens, muitas felicidades além de um enorme agradecimento pela sua incalculável contribuição para a bela missão de difusão do Aikidô.

terça-feira, 3 de março de 2009

domingo, 1 de março de 2009

Olhar tira pedaço, sim!!!

Mitori geiko
Aprender olhando, assistindo!!!
Para razões diversas, quando não se pode treinar no dojo, é bom assistir às aulas e observar.
É o que os sensei japoneses chamam de MITORI GEIKO.
Nós, brasileiros, chamamos de aluno ouvinte!!
Pessoalmente, pratico muito essa maneira, seja por vídeos, seja in situ, nos seminários.
É um modo de aperfeiçoamento técnico que me parece indispensável no caminho da espada.
MITORI GEIKO, pode ser traduzido por "praticar com o olhar", “vendo, como é”, “aprendendo com a visão” ; os mestres japoneses explicam com humor (eu suponho) é como "roubar a técnica com os olhos".
Talvez, seja por isso, que muitos mestres nipônicos não admitem espectador ou assistente olhar sua (dele) aula na academia ou gashuku.
A palavra GEIKO significa "treino aprofundado".
O verbo MITORI significa "perceber, entender fundo".
O kanji MITORI se divide em dois: MI (o olhar) e TORU (captar, pegar, apanhar).
Então MITORI poderia ser analisado como tomar, entender, captar as informações técnicas com implicação funda e concentrada.
Ainda por cima, a observação não precisa uma resposta imediata.
Justamente por isso, permite digerir a compreensão do que foi visto.
Assim faz evitar o erro de pensar dominar a técnica correta sem ter-la entendida verdadeiramente.
Essa pratica de aluno ouvinte ou assistente permite, ao mesmo tempo, tomar distancia da pratica física (vôo de helicóptero, ver a floresta!!) e também aprimorar a nossa capacidade de observação.
Meu professor de desenho me explicava que a coisa mais importante na arte de desenhar é primeiro a capacidade de olhar uma pintura, um quadro, a capacidade de decifrar, em suma, qualquer obra. Isso permite também de manter o contato com o dojo, com o instrutor e com os outros praticantes. É comum o abandono do treino de Aikido ou qualquer outra arte depois de um período de falta, afastamento ou de ruptura.
Para evitar isso fique conectado por meio da sua presença e da sua observação. Mitori Geiko !!!!
J.F. Dos Santos baseado em
http://chroniquesmartiales.blogspot.com/

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A essencia das Artes Marciais


Há muitos séculos atrás a China havia um imperador aficionado por briga de galos, a ponto de não perder nenhum espetáculo de rinha.
Conta-se que ele nutria um enorme desejo de possuir um daqueles galos, mas receava que se a ave viesse a perder uma luta sua autoridade imperial pudesse sair arranhada, em razão das chacotas do povo. O desejo e a paixão por briga de galos, entretanto, acabaram falando mais alto e o imperador recomendou que fosse gerada uma ave do cruzamento entre o melhor galo de briga da época com uma galinha de excelente porte.

A ave assim concebida, desde os primeiros dias de vida, foi preparada para ser um campeão: a ração diária lhe era administrada levando em conta o regime de crescimento e de exercícios a que os tratadores imperiais a submetiam; na parte técnica e psicológica de preparação para o combate, foram requisitados os serviços do maior mestre de artes marciais de que se tinha notícia.

Ao fim de seis meses de preparação, o imperador, já revelando ansiedade para ver o galo em ação, chamou o mestre de artes marciais e perguntou-lhe como estava o galo. O mestre relatou ao imperador que o galo tinha feito progressos notáveis: já havia atingido a fase adulta, estava no tamanho ideal, era muito rápido e forte; dominava inúmeras técnicas de combate, mas estava extremamente agressivo, em virtude do treinamento técnico de luta, e isso lhe tirava a concentração.

Para corrigir essa falha, pediu o mestre mais um tempo para trabalhar o emocional da ave. O imperador aquiesceu, dando mais um mês para o mestre treiná-la.

Passado o prazo, o imperador, ansioso, chamou novamente o mestre e, algo contrariado, ouviu-o pedir mais um tempo para trabalhar o galo. Sua alteza imperial protestou querendo saber o porquê de o galo ainda não estar pronto. Em resposta, o mestre, disse-lhe que o galo estava mais forte e mais rápido que há um mês; dominava com perfeição todas as técnicas de combate, a ponto de já estar saindo das formas tradicionais de luta e criando novas técnicas; perdera o ódio pelos adversários, o que lhe permitia manter a concentração na luta em si; possuía muita coragem, mas ainda ficava tenso durante o combate, pois receava pelo resultado final. Não sem uma grave advertência ao mestre de artes marciais, o imperador concedeu-lhe mais um mês para treinar a ave.

Decorrido o tempo dado, o imperador voltou a chamar o mestre, mas em seu íntimo não iria admitir outra resposta que não fosse a de que o galo estava pronto.

Uma enorme satisfação tomou conta do imperador quando ouviu o mestre dizer que o galo estava pronto: já dominava todas as técnicas de combate, sendo capaz de criar outras dependendo da situação que se lhe apresentasse; enfrentava qualquer adversário sem ódio; tinha desenvolvido enorme poder de concentração e uma autoconfiança impressionante, a ponto de poder antever, aos primeiros movimentos do adversário, o desfecho da luta.

Só havia um problema, disse-lhe o mestre: para os últimos testes com o galo do imperador foi preciso trazer galos de outras regiões, porque no império não havia mais ave alguma com disposição de enfrentá-lo; em situação de combate, o mestre pôde observar que mesmo os adversários de outras paragens e que nunca tinha ouvido falar do galo do imperador, ficavam paralisados de medo e só restava ao galo imperial o sentimento de compaixão, para poupar-lhes a vida. Não havia mais adversários com quem lutar.

Essa fábula ilustra a essência das artes marciais: a preparação para o não-combate. O AIKIDO preserva essa essência.


Carlos Emanuel dos Santos Paiva - Aikido Brasilia - faixa preta 1o grau - shodan

Retirado do site www.aizen.org

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Quanto mais nos amolam

Quanto mais nos amolam, mais afiados ficamos.

“Se as pessoas vivem te amolando, é bom ler isso e aproveitar”.

Durante nossa vida somos forjados: na infância por nossos pais, tutores, mestres e amigos.Até que tenhamos uma forma definida, uma “vida própria”, um jeito só nosso de ser.
Somos como uma espada, que para a sua formação é submetida ao calor intenso e várias sessões de marteladas, e volta pro fogo,mais marteladas e finalmente o polimento.Até que ela tenha uma forma, uma “vida própria”,com um corpo firme e um gume brilhante.
Assim como as espadas, quando estamos em nossa ilusão de calmaria, ou outras palavras em nossa “zona de conforto” e não somos perturbados (amolados) por ninguém, ficamos com nosso gume cego “nos tornamos espadas cegas”.
As pessoas (amigos, inimigos, parentes, mestres, alunos, cônjuges,...) sempre tem algo a nos ensinar, contudo apresentam suas argumentações de diversas formas.Olhando além das formas vemos a verdadeira mensagem.Quantas vezes alguém lhe disse algo muito valioso que foi desconsiderado por ser dito de forma dura ou ofensiva?
É importante que as pessoas nos questionem, contra-argumentem, briguem,...(em suma, que nos “amolem”. Pois mesmo que esta não tenha sido a intenção da pessoa, ela estará nos deixando mais afiados (e uma boa espada é forte,limpa e afiada.).
Assim proponho que sempre que vierem nos amolar, devemos ouvir, perceber a verdadeira mensagem, agradecer, refletir e aguçar os nossos pontos que ainda estão fracos.
Creio que se as espadas pudessem emitir sons por elas mesmas, gritariam de dor toda vez que fossem amoladas.
Um grande abraço a todos.
Gustavo Nogueira Santos
(Goiânia-GO)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Currículo - www.aizen.org


Nome: Gustavo Nogueira Santos
Graduação: 2º Dan
Descrição:

Brasileiro, paulista quatrocentão. Casado. Seu sangue dos bandeirantes o impulsionou para Goiânia, onde está radicado até hoje. Formado, cum laude, em Comércio Exterior. Continua seus estudos através do MBA da FGV. Gustavo faz parte dos pioneiros do Aikido no Centro Oeste e arquiteto da independência fraternal aikidoista em Goiânia fruto dos seus estudos em Administração. Iniciou seus treinos em 1993 e passou por todas as faixas e já atingiu o segundo grau da faixa preta (nidan) o que prenuncia a carreira grandiosa para shihan brasileiro.
Participa assiduamente de toda programação do Aikidô Nacional, seja estágios com grandes mestres, seja em gashukus e/ou seminários Internacionais.
Possui extenso conhecimento em armas (bastão, espada, faca, tonfa,...) e habilidades em outras artes marciais como Judô, Karatê, Iai Dô, Ken Jutsu,Tai Jutsu. Ministra cursos de Defesa Pessoal e instrução para agentes de segurança em geral.
Principal assessor do Mestre J.F.Santos para assuntos estratégicos e organizacionais, pois é administrador ferrenho na busca de otimização de resultados e estratégia.
Possui Intensa vida artística, pois, toca bateria, harmonica, etc.
Adora Blues, jazz e MPB.
Registro internacional da FIA e na Hombu dojo de Tokyo.
Representa o Instituto Teruo Nakatani - ITN no Centro Oeste.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Para refletir

AS PEDRAS MAIORES.

O mestre colocou, em cima da mesa, um vaso de vidro.
Em seguida, retirou de um saco uma dezena de pedras do tamanho de uma
laranja, e começou a enfiá-la, uma a uma, dentro do jarro.
Quando o jarro já estava com pedras até a borda, perguntou aos seus
alunos:
- Está Cheio ?
Todos disseram que sim.O mestre, porém, retirou de outro saco um
cascalho, e sacudindo as pedras grandes dentro do jarro, conseguiu
colocar bastante cascalho ali dentro.
- Está cheio? - perguntou o mestre de novo
Os alunos disseram que, desta vez, estava cheio.Foi quando o mestre
abreiu um terceiro saco, cheio de areia fina, e começou a derramá-la
no jarro.A arei afoi preenchendo o espaço vazio entre as pedras e o
cascalho, até que chegou ao topo.
- Muito bem - disse o mestre - agora o jarro está cheio.Qual o
ensinamento que eu quis demonstrar?
- Que não importa o quanto esteja ocupado, sempre há espaço para
fazer alguma coisa a mais- disse um aluno
- Nada disso.Na verdade esta pequena demonstração nos faz ver o
seguinte: Se não colocarmos as pedras grandes antes, não conseguiremos
colocá-las depois.
"Então, quais são as coisas importantes na nossa vida? Quais os
projetos que adiamos, as aventuras que não vivemos os amores pelos
quais não lutamos, "os treinos que não vamos"? Perguntem quais são as
pedras grandes, sólidas, que mantém acesa em você a chama de Deus.E
colquem rápido no vaso de suas decisões, ou em pouco tempo já não
encontrarão lugar para elas"

Texto retirado da internet.


Um abraço para todos, boas reflexões e bons treinos.

Gustavo N. Santos

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Aikidô é a arte de saber cair e levantar.


Por tempos alguns praticantes buscam encontrar um sentido mais amplo para o Aikidô.Algumas academias nem se preocupam com estes aspectos e outras se preocupam tanto que nem treinam.
Vejo que o Aikidô possui diversos sentidos e gostaria de compartilhar um particular com vocês.

"O Aikidô é a arte de saber cair e levantar"
Sei que no fundo temos a vontade de sermos invencíveis e de possuirmos todos os conhecimentos para jogar o inimigo e vencê-lo com o mínimo esforço. Contudo, antes de uma batalha com o inimigo temos uma guerra com nosso ego e nossas vontades.
Não consiste em vencer o nosso atacante, mas sim vencer a nossa ansiedade, nossos medos e nosso ego (digo a nossa vontade de mostrar a superioridade e acabar lesionando seriamente o outro).
Eu poderia me alongar muito neste assunto, mas vou direto ao ponto que me interessa.
Dentro e fora do Dojô (Local de treinamento) a nossa atitude deve ser a mesma, a idéia de marcialidade e de que está acontecendo uma luta mesmo não deixa espaço para choramingar as derrotas. Quando você é vencido, tenha firmeza para cair bem (não se machucando ou com poucos ferimentos) e levante em posição de luta (pronto para outra).
No treino do Aikidô agimos de forma cooperativa (devido a potencia das chaves e dos arremessos) não havendo competição com o colega. Mas nossa luta é ainda maior, pois devemos lutar para não ceder à vontade de subjugar o colega ou aproveitar de uma posição vantajosa para prejudicá-lo.
Nossa luta é em sermos o mais perfeito o possível, dentro do Dojô nos esforçamos para sermos bons discípulos e nos fiscalizamos para executar a técnica com o máximo de perfeição e atenção aos detalhes e fora devemos ser boas pessoas com honra, dignidade e integridade. Tratamos nosso colega de treino com o máximo de respeito por entendermos a sua disposição em nos auxiliar nos treinos e temos gratidão simplesmente por estarem presentes em nosso grupo, uma vez que sem eles não treinaríamos.
Finalizando, a nossa atitude de prontidão nas várias situações e vivências, dentro e fora do Dojô, deve nos conduzir para uma postura mais viva diante das vicissitudes do dia-a-dia e das nossas "quedas", com respeito aos nosso semelhantes e firmeza em nossa busca pelo melhor.
"Não temo os acertos do meu oponente, mas sim as minhas falhas". (não me lembro do autor)

Desculpem o texto meio confuso e um forte abraço.


Gustavo N. Santos
(Aikidô - ITN Goias)

Bem Vindos ao Aikido Goiânia

“O Aikidô não é uma maneira de lutar ou de derrotar os inimigos,é uma maneira de reconciliar o mundo e fazer de todos os seres humanos uma família”

Morihei Ueshiba (Fundador do Aikidô)