quinta-feira, 8 de julho de 2010

Aikido não é dança!!!!

Aikido não é dança!!!!
Formas de treino e de ensino
Por: Gustavo N. Santos, faixa preta, nidan,  (Instituto Teruo Nakatani – ITN Brasil)
Instrutor responsável pela Escola ITN- emGoiânia
Existem diversas didáticas no formato de ensino e devemos nos fiar nas diferenças entre os praticantes. Devemos considerar em cada turma os alunos como sendo únicos e buscar a instrução customizada, específica para cada aluno.
Devemos entender a diferença entre uma instrução pedagógica (ensino para crianças) e uma instrução andragógica (para adultos). No caso pedagógico vejo como primordial o ensino dos valores marciais (honra, respeito, disciplina, camaradagem, esforço, caráter,...) com exercícios lúdicos e um ensino técnico limitando os movimentos a não apresentarem chaves nas articulações ou golpes traumatizantes.
 No caso do ensino andragógico, devemos cobrar uma postura dos valores marciais dos alunos. Á que se considerar que o aprendizado fica mais fácil quando há um sentido nos movimentos e ao aplicar uma técnica devemos frisar a necessidade de tal movimento ser realizado desta forma para concretizar o conhecimento no aluno.
Para o adulto fica difícil entender o que não faz sentido, e no caso das técnicas básicas (Kihon) os instrutores devem conhecer bem algumas razões para o formato das técnicas.
Formas de ensino: (Engi; Bunkai: oyo)
Engi (do Japonês Éngi que significa exibir, apresentar, representar):
Este treino tem o sentido de apresentação, demonstração (exibição da técnica) da técnica.
É o tipo de treino onde devemos nos preocupar em “mostrar” a técnica de forma bonita e firme, apresentando com clareza as chaves e nuances da técnica.
Bunkai (Do Japonês BunKái que significa desmontar, desfazer, separar: Esta forma consiste em quebrar (Desmontar) a técnica para que aconteça o aprendizado de forma cartesiana, (ou como diria o açougueiro) “por partes”.
Oyo (Do Japonês _oòyoò que significa aplicação):
 Esta forma consiste em um treino de aplicação da técnica (aplicação da técnica para Defesa Pessoal).
Isto quer dizer que as outras formas não funcionam? 
Não, isto quer dizer que a aplicação da forma deve considerar um ambiente hostil e uma extrema necessidade de uma aplicação violenta e conclusiva (Viril).
Com a aplicação e correlação destas formas de ensino, respeitando o crescimento gradual do aluno do que é forma básica (Aplicação) e o que é aplicação (Oyo), a possibilidade de êxito na transmissão do conhecimento e formação de um Budoka com proficiência nas artes marciais é maior.
Formas de treino: (Go; Jyu: Ryu)
“Treino Duro; treino Suave e fluído.”
GO (treino duro, praticado com intrepidez, valentia e virilidade).
Durante o treino duro (GO) devemos nos atentar em neutralizar a ação do Ukê com firmeza, e até agressividade, sem excesso. Um treino onde utilizamos larga força para neutralizar a ação do atacante e exploramos o nosso lado mais enérgico é explosivo. Vamos à busca do nosso extremo da força (o lado negro da força) para conhecemos a nossa porção de frieza e maldade.
Neste caso, ukê e nagê são fortes (são sólidos, são pedras, são quadrados “Tamatsume Musubi”)
Jyu (treino suave e treino fluído)
Treino suave: Durante o treino suave buscamos a integração com a força do ukê (musubi = incorporar). Aproveitamos a energia que nos é passada pelo parceiro (Ukê) e a redirecionamos para o local desejado para neutralizar o ukê. Devemos estar preparados para receber a força do ukê e reutilizá-la no movimento. Um estado receptivo, mas não passivo, do contrário o ukê tem a vantagem.
No treino suave vamos à busca do nosso extremo da receptividade e beleza para conhecer nosso lado benevolente e empático.
 Neste caso Ukê é firme (Sólido, é pedra, é quadrado “Tamatsume Musubi”) e Nague é maleável e firme (é líquido, é água, é círculo “Taru Musubi”).
Treino Fluído: Durante o treino fluído buscamos a plena interação das forças (energias). Ukê e Nagê buscam a integração para a construção de uma técnica solta e livre. Neste caso ambos buscam a união (harmonia) na sua forma mais solta.
 Neste caso Ukê e Nagê são livres (são gás, são triangulo “Iku Musubi”)
O treino suave (Jyu Waza) deve ser realizado com a cooperação do Ukê e buscando a união das forças. Contudo é primordial frisar a necessidade da forte presença marcial no treino, relaxados, mas atentos (zanshin).
O treino suave possibilita uma rápida resposta ao estudo da liberdade da energia, do encadeamento de técnicas (Henka waza) e até contra golpes (Gaeshi Waza). A mente deve estar sempre livre para aproveitar a variação das forças dadas pelo Ukê.
Nas palavras do fundador “Aikidô wa Budô de aru.” Aikidô é Budô
“Aiki wa odori janai”  -Aikidô não é uma dança.

Bem Vindos ao Aikido Goiânia

“O Aikidô não é uma maneira de lutar ou de derrotar os inimigos,é uma maneira de reconciliar o mundo e fazer de todos os seres humanos uma família”

Morihei Ueshiba (Fundador do Aikidô)